domingo, 14 de maio de 2017

A. F.

Quando começaram a passar-lhe rasteiras
Aprendeu a se escorar na parede
E quando se sentiu desprezada
Arrancou lágrimas de quem a negligenciou

Foi jogada numa prisão
Forrou as paredes de poesia
Criou cobra que a picou
Chorou o veneno e sobreviveu

Hoje sabe a dor de cada cicatrização
E as poções que aceleram processos
Sorri sempre e guarda o rosnado pros tolos
Que ousam cruzar os limites

Quem vê o sorriso não sabe da missa
Quem reza seu credo é amado docemente
Dá-se aos poucos aos muitos que chegam
Esquece aos poucos os muitos que se vão

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