Minha margarida
Bela adormecida
Não haverá príncipe
Será a própria vida
Que te beijará
Chamando a acordar
Te carregará no colo
Simbora festejar
E tudo será bom
E ruim e belo
E feio e pleno
E tu
Serás de novo tu
Adorável ser
sexta-feira, 30 de junho de 2017
terça-feira, 27 de junho de 2017
Rapina
Por te amar eu sangro
E por amor nem uma hemácia será cobrada
Só te peço um cuidado, um favor:
Que enquanto eu, anêmica, me recuperando ao chão estiver
Tu assustes os abutres para longe
(Não gosto de como me olham)
E por amor nem uma hemácia será cobrada
Só te peço um cuidado, um favor:
Que enquanto eu, anêmica, me recuperando ao chão estiver
Tu assustes os abutres para longe
(Não gosto de como me olham)
Cometa
Um relacionamento cometa
Cruza o céu
Te cega e te puxa
Pela gravidade
Pode brilhar
Esquentar
E marcar
Mas nunca promete durar
Te tira da órbita
E os teus pés do chão
Te vira do avesso
Te faz viajar
Pode estar aqui agora
Em minutos terá ido
Um relacionamento cometa existe
Para ser cometido
Cruza o céu
Te cega e te puxa
Pela gravidade
Pode brilhar
Esquentar
E marcar
Mas nunca promete durar
Te tira da órbita
E os teus pés do chão
Te vira do avesso
Te faz viajar
Pode estar aqui agora
Em minutos terá ido
Um relacionamento cometa existe
Para ser cometido
quarta-feira, 21 de junho de 2017
Apresse-se
Antes que o bom senso chegue
O medo ataque
Os planos cobrem
O juízo aporte
A razão prevaleça
As prioridades gritem...
Seja meu
O medo ataque
Os planos cobrem
O juízo aporte
A razão prevaleça
As prioridades gritem...
Seja meu
sábado, 17 de junho de 2017
Impedimento
A gente paga mais caro toda vez que é por algo já quitado.
Cada coisa que não deu certo e nos convence de que nunca dará.
Cada pessoa que não valeu a pena conhecer, e estende ansiedade aos próximos encontros fortuitos.
Cada experiência dolorosa que nos trava e impede de ousar em campo desconhecido.
A gente paga e dá tiro no pé quando se poupa do que ainda nem aconteceu, por medo.
Quando o incorpora, bem como as regras ditadas por ele, criadas por pessoas bem intencionadas e que nos amam, mas que também não têm como prever como a vida flui.
A gente paga pelo passado cada vez que não se permite viver o presente em plenitude.
A gente paga pela covardia, pelo excesso de zelo e desejo de controle.
A gente paga sem necessidade.
Cada coisa que não deu certo e nos convence de que nunca dará.
Cada pessoa que não valeu a pena conhecer, e estende ansiedade aos próximos encontros fortuitos.
Cada experiência dolorosa que nos trava e impede de ousar em campo desconhecido.
A gente paga e dá tiro no pé quando se poupa do que ainda nem aconteceu, por medo.
Quando o incorpora, bem como as regras ditadas por ele, criadas por pessoas bem intencionadas e que nos amam, mas que também não têm como prever como a vida flui.
A gente paga pelo passado cada vez que não se permite viver o presente em plenitude.
A gente paga pela covardia, pelo excesso de zelo e desejo de controle.
A gente paga sem necessidade.
terça-feira, 13 de junho de 2017
Prece à Morte
Deixa-me viver
Deixa-me ser cuidada e abandonada
Deixa-me ver a transformação do meu corpo
E das lentes com que os meus olhos enxergam o mundo
Deixa-me viver
Deixa-me escolher como gastarei meu tempo
Suarei a minha testa, ganharei meu pão
Deixa-me ver a cura e a sua vitória
Restaurar fôlegos, dar más notícias
Deixa-me lutar em vão
Deixa-me viver
Amar e ver o amor entre os dedos escorrer
Ver filho crescendo
Perder pais, ver perder o juízo
Pisar em outro chão
Deixa-me viver
Até não mais me reconhecer
Se eu clamar por você, não venha
Em cinco minutos, vou me arrepender
Deixa-me durar
E, quando vier
Venha num susto
Num golpe bem brusco
Porque o viver tem a sua dor
Mas infinitamente pior é vislumbrar a sua chegada
Deixa-me ser cuidada e abandonada
Deixa-me ver a transformação do meu corpo
E das lentes com que os meus olhos enxergam o mundo
Deixa-me viver
Deixa-me escolher como gastarei meu tempo
Suarei a minha testa, ganharei meu pão
Deixa-me ver a cura e a sua vitória
Restaurar fôlegos, dar más notícias
Deixa-me lutar em vão
Deixa-me viver
Amar e ver o amor entre os dedos escorrer
Ver filho crescendo
Perder pais, ver perder o juízo
Pisar em outro chão
Deixa-me viver
Até não mais me reconhecer
Se eu clamar por você, não venha
Em cinco minutos, vou me arrepender
Deixa-me durar
E, quando vier
Venha num susto
Num golpe bem brusco
Porque o viver tem a sua dor
Mas infinitamente pior é vislumbrar a sua chegada
segunda-feira, 12 de junho de 2017
Sonhadores
Os sonhadores não conseguem aceitar o mundo como é
Compadecem-se das crianças, dos animais e dos débeis mentais
Falam, escrevem, sussurram, esperneiam, gritam
Só não passam essa existência sem existir
São resistência
Os sonhadores nem sempre dão conta de realizar
Mas inspiram, instigam, energizam, movem os fazedores
Que podem até ser mais ricos, reconhecidos, aplaudidos
Pé no chão, que têm, olhos nos outros, que têm
Os sonhadores só se deslumbram de ver o sonho acontecer
Passam por loucos, os pobres
Motivo de chacota, os doidos
Não ganham crédito, são estranhos
E ao longo da história, ganham outro título:
"Visionários"
Compadecem-se das crianças, dos animais e dos débeis mentais
Falam, escrevem, sussurram, esperneiam, gritam
Só não passam essa existência sem existir
São resistência
Os sonhadores nem sempre dão conta de realizar
Mas inspiram, instigam, energizam, movem os fazedores
Que podem até ser mais ricos, reconhecidos, aplaudidos
Pé no chão, que têm, olhos nos outros, que têm
Os sonhadores só se deslumbram de ver o sonho acontecer
Passam por loucos, os pobres
Motivo de chacota, os doidos
Não ganham crédito, são estranhos
E ao longo da história, ganham outro título:
"Visionários"
sábado, 10 de junho de 2017
Conselho
Se não fluir
Deixa ruir
Relacionamento
É esforço a dois
Se só um rema
A canoa gira em torno
De si mesma
E não chega a lugar nenhum
Deixa ruir
Relacionamento
É esforço a dois
Se só um rema
A canoa gira em torno
De si mesma
E não chega a lugar nenhum
terça-feira, 6 de junho de 2017
Perda
Talvez ela leia
Talvez escreva
Talvez goste de sexo
Tanto quanto você
Talvez ela cuide
Talvez ela zele
Veja os perigos
Onde você não vê
Talvez ela queira
Embora não precise
Talvez o problema
Tenha sido o seu fraco querer
Talvez você não tenha percebido
Mas já faz tempo que ela foi embora
Talvez ela tenha sido o bilhete premiado
Que você, burramente, jogou fora
Talvez escreva
Talvez goste de sexo
Tanto quanto você
Talvez ela cuide
Talvez ela zele
Veja os perigos
Onde você não vê
Talvez ela queira
Embora não precise
Talvez o problema
Tenha sido o seu fraco querer
Talvez você não tenha percebido
Mas já faz tempo que ela foi embora
Talvez ela tenha sido o bilhete premiado
Que você, burramente, jogou fora
segunda-feira, 5 de junho de 2017
Sobre o Zé
Quando ele não era ele
Quando ele era Deus
E o homem mais lindo do mundo
Massageava as minhas mãos
E esfregava as minhas orelhas
Me protegia dos vulcões
E soprava as feridas
Das quais eu arrancava a casca
Pra durarem mais e ele soprar de novo
Ele partiu
Esqueceu que foi as minhas primeiras lágrimas de alegria
Quando voltou da pescaria
Para a qual não deveria ter ido
E trouxe a cobra que ficou no quintal
Esqueceu que alguém ainda tinha que mentir sobre o gato
Dizer que fugiu pra namorar
Quando na verdade tinha sido envenenado pelo vizinho
Esqueceu
Esqueceu
Esqueceu de mim
Um dia ele voltou
Querendo ser lembrado
Mas ele não era Deus mais
Ele só era ele, mesmo
E eu já sabia do gato
E que não existem vulcões no Brasil
Quando ele era Deus
E o homem mais lindo do mundo
Massageava as minhas mãos
E esfregava as minhas orelhas
Me protegia dos vulcões
E soprava as feridas
Das quais eu arrancava a casca
Pra durarem mais e ele soprar de novo
Ele partiu
Esqueceu que foi as minhas primeiras lágrimas de alegria
Quando voltou da pescaria
Para a qual não deveria ter ido
E trouxe a cobra que ficou no quintal
Esqueceu que alguém ainda tinha que mentir sobre o gato
Dizer que fugiu pra namorar
Quando na verdade tinha sido envenenado pelo vizinho
Esqueceu
Esqueceu
Esqueceu de mim
Um dia ele voltou
Querendo ser lembrado
Mas ele não era Deus mais
Ele só era ele, mesmo
E eu já sabia do gato
E que não existem vulcões no Brasil
domingo, 4 de junho de 2017
Cúmplice
Tem gente que é mais do que um ser humano que estava num lugar ao mesmo tempo e olhou na sua direção.
Tem gente que é mais do que coincidência do desejo.
Tem gente que tem tudo para ser passageiro, uma brincadeira, um passeio, mas deixa na ponta da língua um gosto doce que demora a desaparecer.
Tem gente que se arrasta na nossa história. Que espera a hora certa de dar o bote. Que não larga a mão da gente quando a gente já afrouxou os dedos todos.
Tem gente que vira cúmplice, vira riso frouxo, vira código do olhar.
Tem gente que não é difícil de esquecer. É difícil de não lembrar.
Tem gente que é mais do que coincidência do desejo.
Tem gente que tem tudo para ser passageiro, uma brincadeira, um passeio, mas deixa na ponta da língua um gosto doce que demora a desaparecer.
Tem gente que se arrasta na nossa história. Que espera a hora certa de dar o bote. Que não larga a mão da gente quando a gente já afrouxou os dedos todos.
Tem gente que vira cúmplice, vira riso frouxo, vira código do olhar.
Tem gente que não é difícil de esquecer. É difícil de não lembrar.
sexta-feira, 2 de junho de 2017
Nutella
Sou derretida igual brigadeiro
Mas desgrudo fácil
(Do fundo da panela)
Sou grude
Puxa-puxa
Combino com manteiga
Me espalha na sua mármore
Sou doce e não disfarço
Meu apetite por você
Mas desgrudo fácil
(Do fundo da panela)
Sou grude
Puxa-puxa
Combino com manteiga
Me espalha na sua mármore
Sou doce e não disfarço
Meu apetite por você
Assinar:
Postagens (Atom)