segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Paciente

No mosaico
Que compunha
O livro de sua vida
As histórias nunca eram curtas

Nada era alta combustão
Ascensão, domínio e queda
Volta a cinzas, carvão
Fugaz, assim? Não...

Pelo contrário
Extendiam-se por anos
Décadas até
O fogo que parecia extinguir-se
Era sempre uma brasa escondida
Aguardando um soprinho
Do seu interesse

E assim eram
Os loucos que a criaram
E ela amou
Os poderosos que a desejaram
E ela odiou
Os pulguentos que mordiam
E ela dispensou
Os que a tocaram com delicadeza
E ela preservou

Mas, acima de tudo
Aprendeu a esperar
A acreditar no que é belo
Verdadeiramente querido
E não tem pressa em acontecer

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