quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Usuário

Quando você usa as pessoas, a primeira pergunta que vem à sua cabeça é "no que conhecer essa pessoa me favorece?".
E tudo o que você faz por ela é considerado um investimento. Seja dar atenção, ajudar em algo, elogiar, o que for.
Na hora de cobrar, vai se frustrar muito se receber um "não", já que investiu tanto. Vai se achar merecedor de tratamento VIP.
Vai gostar de conhecer médicos, advogados, políticos, líderes religiosos. Vai inclusive pedir favores para amigos, não para beneficiá-los, mas para mostrar, vaidosamente, como tem influência entre os poderosos.
Se você usa as pessoas, não vai fazer amor. Vai ter uma performance. A outra pessoa vai se sentir um aparelho de musculação. E você vai se aplaudir e dar tapinhas nas próprias costas, se tiver parecido que foi bom.
Vai jogar migalhas de afeto e dinheiro na direção dos filhos, e cobrar, na velhice, status de pai ou mãe, merecedor de cuidados.
Vai maltratar os pais, e jogar na cara deles que a obrigação deles é de cuidar. Da mãe, de ter amor incondicional, ou que tipo de mulher horrorosa é ela?
Se você usa as pessoas, não demonstra gratidão genuína. O outro existe como meio de chegar a algo, mas não tem espaço como ser humano, merecedor de trocas justas.
Se você usa as pessoas, merece mais é ser sozinho e abandonado, quando for desmascarado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário