O poeta segue louvando
A beleza das asas da borboleta
Como se não fossem frágeis
A liberdade do vôo dos pássaros
Como se não fosse perigoso
O encanto das cores da cauda do pavão
Como se não fosse vaidade
A força das águas da cascata caudalosa
Como se não fosse violência
A vastidão do azul do mar
Como se não fosse mistério
A alegria inquietante dos amantes
Como se não fosse ilusória
A presença da saudade
Como se não fosse dor
A inocência das crianças
Como se não estivesse condenada
A força da paixão
Como se não fosse praga
A chegada da morte
Como se fosse desejável
E a existência do amor verdadeiro
Como se fosse viável
Arlete, a carrancuda sexta-feira abriu um sorriso que nem sabia ter, quando leu isso. Você resumiu muito bem o ofício do poeta. Ele trabalha nessa área do "como se" e nos leva ao menos por algum tempo para algo que se aproxime do ideal - ou do suportável.
ResponderExcluirDescrição perfeita, Raul. Por isso merece a minha admiração, minha tirada respeitosa de chapéu. Beijo!
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