A poesia é minha
E eu faço das palavras
O que eu bem quiser
Posso levá-las prá beira do rio
Ensaboar com sabão de gordura de porco
E batê-las contra a pedra até puir
Enxaguar, torcer, pendurar
Ou colocar prá quarar
Também posso levá-las ao salão
Mandar pintar-lhes as unhas
Alisar os cabelos e
Fazer massagem relaxante
Hoje eu só quero usá-las
Prá mandar uma mensagem de amor
Tua lembrança me pega de surpresa
Dói no peito, lateja, dilacera
Enverga a minha alma
A vida ainda é boa
Mas contigo era melhor
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