segunda-feira, 11 de julho de 2016

Colegas

Eu me lembro vagamente de que ele morava perto da minha melhor amiga.
E às vezes eu tocava a campainha dele.
Lembro da gente embolado na cama embaixo da janela pra ele ver os cravos do meu rosto melhor. Espremia sem dó e dizia uma frase que só não revira estômago de cirurgião. E a gente ria.
Ele era um cavalheiro e eu o admirava por isso. Mas talvez apenas tivesse muita consciência de que eu era menor de idade (fui, na maior parte da faculdade).
E a gente se beijava muito.
Eu não sei se ele se lembra disso. Sobre certas coisas, não se conversa depois de 30 anos de águas por baixo da ponte.
Mas, vez ou outra, eu vejo a foto dele no Facebook e me lembro que passei a noite sonhando com ele.

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