sábado, 2 de abril de 2016

Dona Jô

Quando eu estava no quarto ano da faculdade, tinha que achar um lugar para morar, porque a "minha" república estava sendo desfeita. Vi um anúncio no mural sobre uma viúva que estava alugando um quarto, e liguei. Atendeu alguém falando o nome de uma loja. Achei que era engano e desisti. Na mesma tarde, uma amiga me falou de uma amiga da mãe, que estava alugando um quarto. Era a mesma pessoa. Tinha colocado o telefone da loja em que trabalhava, para preservar a privacidade.
Seu nome é dona Jô, uma das melhores amigas que tenho. Moramos juntas por pouco tempo, porque tive que ceder o meu quarto para a irmã dela, mas nos amamos e mantemos contato. Foi à minha formatura, casamento, velório do tio, batizado da filha, e me influenciou lindamente. Conhece mulher que enviúva e cria os filhos sozinha, dignamente? Desse modelinho.
Quando leio sobre "o que tem que ser", querendo acreditar que existe uma estrutura definida por alguém por algum motivo, eu me lembro dessa história.
Não veio por um caminho, mas veio por outro. Uma das várias figuras femininas fortes da minha vida. Muito necessária. Mandada por Deus. Mesmo com a minha desistência inicial.

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