Cidadezinha do interior
Tudo girava em torno
Da estação ferroviária
E ela se perguntava
Se o mundo era
Só aquilo
A mãe lhe ensinava
Sobre a menina
De família
Se guardar
Prá casar
E ela olhava
A mãe corna infeliz
As tias carolas
Amarguradas
E se perguntava
Se era aquilo
Que queria ser
Às terças
Se confessava
"Um dedo lá
Outro na boca"
"Na boca?"
"Sim, e na
Frente do espelho"
"Do espelho?"
O padre babava
Suspendia as
Próximas confissões
E ela se perguntava
Se um pecador
Podia redimir
O outro
Aos dezoito
Esperou o filho
Do prefeito
Na estação
E deixou o trem dele
Entrar onde quisesse
Mudou prá
Cidade grande
Por mais pecados
Menos tédio
E mais paz
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