quarta-feira, 1 de julho de 2015

Morte

O poeta a menciona
Como metáfora
Romanceia
Clama por ela

Às vezes como alívio
Às vezes como expurgo
Às vezes como desejo
Às vezes um "te exconjuro"

Mas a morte de verdade
Do corpo
Do coração
Do cérebro

Da qual meu amigo
Falou com medo
(Seria tudo nessa vida
Menos poeta)

É o mistério
Do qual se evita falar
O arder das dúvidas
Não sanadas
Pela nossa vã filosofia
Ou pelas religiões

É o roubo do futuro
É o abandono aos filhos
E netos que ainda nem existem
É o esfriar da carne
É o fim dos sentidos
Do calor, do alcance

É uma pedra fria
E orifícios com algodão
É a impotência
Estapeando a sua cara

São os olhos dele
Não se abrindo
Nunca mais
O pó voltando ao pó

Amado artista
Poetize a vida
Os sentimentos
A beleza
Os amores
E as paixões

Mas a morte
Ah, a morte...
Essa..
De poética
Não tem
Absolutamente
Nada!

Nenhum comentário:

Postar um comentário