quarta-feira, 15 de abril de 2015

Confissão

Eu quero
Entrar nas suas veias
Feito agulha
Pouco calibrosa
Que cause gemido
E não dor
Porque a anestesia
Será imediata
Eu quero
Que você me respire
Feito gás que
Ainda não foi inventado
Feito sufoco de alegria
E de choro
Eu quero que você
Me veja
Como sempre quis
Sem vergonha
E sem pressa
Eu quero
Que você me ouça
No começo
Mas que na hora
Que eu silenciar
Você tenha vontade
De derreter
Dentro de mim
E perceba
Que seu desejo
Naquele momento
É inevitável
Eu quero
Que você agradeça
De joelhos
A noite
Em que me conheceu
O guardanapo
Que me pediu
E o meu capricho
De me manter sóbria
Para não me escapar
Da memória
Um minuto de você
Eu quero
Que você se arrependa
De ter tentado fugir
Que você se odeie
Pelo desperdício de tempo
Por ter arriscado a
Me deixar escapar
Eu quero
Que você entenda
De uma vez por todas
Que quando a vida
Resolve acontecer
Ela simplesmente
Acontece


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