domingo, 19 de abril de 2015

Mulherão número 4

Ela merece um carinho, então vou dar em forma de palavras: a descrição da nossa amizade e do que ela é para mim.
Conheci a Fernanda em um dos meus trabalhos, e agora trabalhamos lado a lado, em outro lugar. Nos vemos lá e passeamos de vez em quando. Um café. uma tapioca, uma baladinha, várias mensagens e telefonemas por semana.
Quando nos conhecemos, eu tinha acabado de me divorciar. Ela, por isso também, acompanhou muitas das minhas histórias, meus diferentes estados emocionais, já se contaminou por eles, e já se manteve firme, também, para ajudar.
Acredito que de todas as minhas amigas, ela é a mais diferente de mim. O que não nos impede de ter muita afinidade.
Prá começo de conversa, ela é bem mais nova, pequenina, fala baixo, seu "olááá" cantadinho é certeza de começo bom de dia. Criada sob vigilância, numa família bem estruturada, em Minas Gerais.
Sua mãe tem apenas quatro anos a mais de idade que eu, então eu sou mais próxima (em geração) da mãe do que seria da filha. Mas já brinquei com ela que se eu fosse a mãe dela, condenaria a nossa amizade, porque não sou boa companhia. Bem, tenho certeza de que nossas educações foram muito diferentes, bem como a que dou para a minha própria filha. A minha mãe e a dela provavelmente não seriam próximas. Acho.
Dificilmente discordamos em assuntos essenciais.Sentimos pessoas e situações de maneiras parecidas. Ela é mais desconfiada do que eu, e eu sou menos proativa do que ela. Eu sou mais impulsiva e desisto com mais facilidade. Ela é mais curiosa e tímida. Complicado de explicar.
Tenho várias amigas da minha idade, casadas e divorciadas, com filhos, e nossas conversas têm um compartilhamento da perspectiva de mãe. Quando falo dos meus filhos com a Fernanda, ela dá uma visão mais centrada neles, porque se lembra como foi na idade deles. É muito enriquecedor para mim. Fora que ela tem uma sensibilidade, uma vocacão para o estudo da alma, como poucos. Espero que ela seja psiquiatra, um dia.
De resto, é muita cumplicidade, estando as duas solteiras. Óbvio, conversamos sobre os nossos interesses amorosos, sabemos sobre eles, temos códigos secretos, e às vezes só a menção de uma palavra ou expressão já nos remete exatamente ao assunto em questão. Muito divertido!
Vira e mexe, no meio de uma conversa, a reação dela é das mais deliciosas! Ela explode numa gargalhada que eu não provoquei de propósito, e quase chora, e eu rio do riso dela, que dura muito... Às vezes ela arregala os olhos e cobre a boca com as duas mãos, e diz "não acredito!", e lá vem a gargalhada... Talvez por ela ser mineira e não saber piadas e expressões que são velhas entre os paulistas. Talvez porque me sinto à vontade de falar de tudo com ela.
Mas na hora de ser séria, no trabalho, reuniões, etc, ela é muito profissional. Vejo um futuro brilhante para ela como médica. Está sempre pronta para aprender, em todos os assuntos da vida.
Querida: às vezes você fala que queria ser mais como eu, e eu digo que você não conseguiria, sem pagar um preço. O que eu mais quero para você é que seja sempre como você é, mesmo que ainda haja o que (auto)descobrir. Porque o que eu conheço de você é simplesmente adorável!
(Está aí o meu agradecimento por você fazer parte da minha vida, amiga).

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